| GLUTEOPLASTIA - Inclusão de próteses de silicone e lipoenxertia na região glútea.  Você estará prestando inestimável colaboração a você mesma lendo com  atenção as observações que faremos às inevitáveis perguntas que todas as  candidatas a cirurgia de gluteoplastia costumam fazer ao seu cirurgião plástico. Existem informações  errôneas quanto a essa cirurgia geradas pela mídia leiga, que nem sempre  correspondem à realidade dos fatos, interpretanto mal ou de maneira incompleta  as informações dadas por médicos comprovadamente capacitados. A gluteoplastia consiste em diversas táticas e técnicas que remodelam a  forma e o tamanho das nádegas, por meio da inclusão de prótese de silicone  coeso e/ou da enxertia de gordura autógena (lipoescultura).
 No atual momento da Cirurgia Plástica NAÕ É RECOMENDÁVEL a  utilização de implantes injetáveis de polímeros de silicone e outros  aloplásticos como o PMMA (polimetilmetacrilato) tão exaustivamente veiculados  na imprensa leiga, uma vez que tal procedimento ainda necessita de comprovação  técnico-científica, e não está aprovado pelos órgãos competentes que  regulamentam a Medicina no Brasil, como a ANVISA, Conselho Federal de Medicina  e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica- SBCP.
 01) ·   P: A CIRURGIA DE GLUTEOPLASTIA DEIXA CICATRIZES?
 R: Felizmente, esta cirurgia permite-nos colocar as cicatrizes em região bastante  disfarçada, o que é muito conveniente nos primeiros meses. Para melhor  esclarecê-la sobre a evolução cicatricial, vamos relatar os diversos períodos  pelos quais as cicatrizes infalivelmente passarão:
                a)- PERÍODO IMEDIATO: Vai até o 30ºdia e apresenta-se com aspecto pouco visível. Alguns casos  apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo, ou encrostamento, fato  perfeitamente normal e transitório. b)- PERÍODO MEDIATO: Vai do 30º  dia até o 12º mês. Neste período há o espessamento
 natural da cicatriz, bem como inicia-se uma mudança de cor da mesma,  passando para mais escuro (do vermelho para o marrom) que vai, aos poucos,  clareando. Este período, o menos favorável  da evolução cicatricial, é o que mais preocupa as pacientes. Como não  podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes  que não se preocupem pois, o período tardio se encarregará de diminuir os  vestígios cicatriciais.
 c)- PERÍODO TARDIO:Vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a  cicatriz começa a tornar-se
 mais clara e menos consistente, atingindo, assim, o seu aspecto  definitivo. Qualquer avaliação  do  resultado definitivo da cirurgia, no tocante à cicatriz, deverá ser feita após  este período.
 02) ·  P: ONDE SE  LOCALIZAM AS CICATRIZES? QUAL É A POSIÇÃO ANATÔMICA DAS PRÓTESES?
 ·   R: A localização das cicatrizes dependerá de cada caso em particular, da sua  conveniência, do seu desejo e da possibilidade anatômica. Considera-se,  atualmente, como o melhor sítio anatômico para a posição das próteses, o espaço  inter-glúteo, dentro da prega anatômica natural que separa as duas nádegas,  numa extensão aproximada de 7 cm, estendendo-se dentro dos limites da região  sacro-coccígea.
 Desde as primeiras semanas de  pós-operatório poderá ser usado traje de banho ou calcinhas diminutas pois, as  cicatrizes ficam bastante disfarçadas. Com o decorrer do tempo (vide item  anterior), as cicatrizes vão melhorando, chegando mesmo à quase  imperceptibilidade, em certos casos. Entretanto, você deve considerar que não  há possibilidade na Medicina atual de não se deixar nenhuma cicatriz, ou mesmo  apagá-la. Sempre que existe uma solução de continuidade na pele ou outros tecidos,  a natureza responde com o processo cicatricial. Portanto, você deve considerar  como uma relação de troca: a inclusão da prótese por uma cicatriz. Nós teremos  todo empenho com técnica cirúrgica e utilização de fios de sutura adequados  para minimizar ao máximo a reação tecidual, e assim possibilitar a cicatrização  com evolução normal. É importante  esclarecer que, na realidade, uma boa cicatrização depende mais dos fatores  intrínsecos dos pacientes do que propriamente a técnica cirúrgica empregada.
 As próteses podem, classicamente, estar localizadas em três diferentes  sítios: 1) posição subcutânea - atrás da gordura da pele e acima da fáscia  glútea; 2) posiçaõ retro-fascial - atrás da fascia glútea e acima do músculo  glúteo máximo e, 3) posição intra-glútea –  dentro das fibras do músculo glúteo máximo, como um "sanduiche". Nós lhe indicaremos a conveniência  de cada uma delas. Nossa opção de  escolha, na rotina, recai sobre a posição intra-glútea, pois oferece  todas as vantagens das duas outras posições anatômicas mencionadas, em termos  de projeção anatômica, proteção biomecânica e revestimento tecidual autógeno da  prótese .
 
 Gluteoplastia com a utilização de prótese de silicone Quartzo (Silimed, Brasil) 03) ·   P: OUVI DIZER QUE ALGUMAS PACIENTES FICAM COM CICATRIZES MUITO VISÍVEIS.
 ·   R: Certas pacientes apresentam tendência à cicatrização hipertrófica ou ao  quelóide. Essa tendência, entretanto, poderá ser prevista, até certo ponto, durante a consulta inicial, quando lhe fazemos uma  série de perguntas sobre sua vida clínica e cirúrgica  pregressa, bem como a análise das  características familiares, que muito nos ajudam quanto ao prognóstico das  cicatrizes. Geralmente, pessoas de pele clara   tendem menos a esta complicação cicatricial; pessoas de pele morena ou  orientais têm maior predisposição ao quelóide ou à cicatriz hipertrófica. Isto,  entretanto, não é uma regra absoluta. A análise dos antecedentes, como já o  dissemos, nos facilitará o prognóstico cicatricial. Não existe na Medicina atual nenhuma forma (exames laboratoriais,  provas clínicas, exames propedêuticos, etc) de se prever o comportamento  cicatricial de um determinado paciente, devendo o paciente entender que a  melhor conduta é o seguimento diligente pós-operatório com seu cirurgião.
 
 04)
 ·  P: EXISTE  CORREÇÃO PARA AS CICATRIZES HIPERTRÓFICAS?
 ·   R: Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar cicatrizes  inestéticas, na época adequada (pelo  menos 6 meses devem se passar antes de se optar por um retoque para  correção de cicatrizes). Não se deve confundir, entretanto, com as  características do  período mediatoda cicatrização. Qualquer dúvida a  respeito da sua evolução cicatricial deverá ser esclarecida conosco e nunca com  terceiros que, como você, “também estão apreensivos quanto ao resultado final”.
 Basicamente existe a  necessidade de uma plástica na cicatriz, geralmente com anestesia local, com  sua ressecção e nova síntese (sutura). Terapêuticas complementares são  utilizadas tais como a infiltração de corticoesteróides locais, beta-terapia,  compressão local, fitas adesivas de corticóide, lâminas tópicas de silicone etc.  Nós estaremos, com você, empenhados neste seguimento pós-operatório!
 05) ·    P: COMO  FICARÃO MINHAS NOVAS NÁDEGAS, EM RELAÇÃO AO TAMANHO E CONSISTÊNCIA?
 ·   R: As nádegas podem ter seu volume aumentado através da cirurgia. Além disso,  almejamos melhorar sua consistência e forma com a intervenção cirúrgica. Assim  é que, neste caso, pode-se escolher o novo volume, pois dispomos de vários  tamanhos de peças de silicone a serem introduzidas. Existe uma proporção entre  o volume ideal das nádegas, cintura, altura, peso e o tamanho do tórax,  características estas que devem ser consideradas no planejamento da cirurgia, a  fim de se obter maior harmonia estética. As nádegas assim operadas, passarão  por vários períodos evolutivos:
 a)-PERÍODO  IMEDIATO: Vai até o 30º dia. Neste  Período, apesar das nádegas se apresentarem
 com aspecto bastante  melhorado, sua forma e volume ainda estão aquém do resultado planejado.
 Lembre-se desta  observação:  //NENHUMA NÁDEGA SERÁ  “PERFEITA” NO PÓS-OPERATÓRIO
 IMEDIATO//. Será  habitual a presença de equimoses, inchaços e edemas que poderão afetar
 transitoriamente a  simetria e volume das nádegas.
 b)- PERÍODO MEDIATO: Vai do 30º dia até o 3º mês - Neste período,  as nádegas começam
 a apresentar uma evolução  que tende à forma definitiva. São características deste período um maior
 ou menor grau de “inchaço”; além disso, o  aspecto cicatricial encontra-se em plena fase de
 transição (ver item  1º). Apesar da euforia da maioria das pacientes, já neste período, costumamos
 dizer às mesmas que seu  resultado ficará melhor ainda, pois, isto será a característica do período
 tardio.
 c)- PERÍODO TARDIO:Vai do 3º mês  até o 12º.  É o período em que a cirurgia  atinge seu
 aspecto definitivo (  cicatriz, forma, consistência, volume, sensibilidade, etc.).
 É neste período que  costumamos fotografar os casos operados, a fim de compará-los com o aspecto
 pré-operatório de cada  paciente. Tem grande importância no resultado final, o grau de elasticidade
 da pele das pacientes,  bem como o volume da prótese introduzida. O equilíbrio entre ambos varia de
 caso para caso.
 
 Gluteoplastia com enxerto de gordura autógena ("lipoescultura") 06)·   P: EM QUANTO TEMPO ATINGIREI O RESULTADO DEFINITIVO?
 ·   R: Apesar do resultado imediato ser muito bom, somente na fase mencionada como  “período tardio” (vide item anterior) é que as nádegas atingirão sua forma  definitiva.
 
 07)
 ·   P: QUAL O TIPO DE BIQUINE QUE PODEREI USAR,  APÓS A CIRURGIA?
 ·   R: No período imediato, mediato ou tardio, qualquer tipo de biquine, desde que a  peça inferior não fique muito justa. É claro que, após o amadurecimento das  cicatrizes, os biquines poderão ser mais “generosos” ao seu critério. Você têm  que estar ciente que não é adequado tomar sol de bronzeamento antes de, pelo  menos, 40 dias após a cirurgia. Sol direto na cicatriz  (“botton less”) somente após o 6º  mês pós-operatório, com filtro solar adequado para o seu tipo de pele.
 08)·    P: NO CASO DE NOVA  GRAVIDEZ, O RESULTADO PERMANECERÁ OU FICARÁ PREJUDICADO?
 ·   R: Quanto  ao resultado, poderá ser preservado, desde que você controle seu aumento de  peso na nova gestação. Entretanto, poderá haver perda do resultado em virtude  da perda da elasticidade da pele, comum na gravidez e amamentação, ou se você  engordar muito. Quanto ao curso normal da gravidez, esse não será afetado de  forma alguma pelos implantes, nem serão afetadas as vias de acesso ao parto  normal e ao parto cesárea.
 
 09)
 · P: O PÓS-OPERATÓRIO DESTA CIRÚRGICA É DOLOROSO?
 ·   R: Geralmente não, desde que você obedeça  às instruções médicas, principalmente no que tange à movimentação das pernas e  dos glúteos, nos primeiros dias. Eventualmente poderá ocorrer manifestação  dolorosa, que cederá com os analgésicos receitados. Dor é, além de tudo, um fenômeno individual, que está muito associado  ao estado de ânimo do paciente. Geralmente analgesia comum e repouso por 72hs  são suficientes. Se houver muita dor, comunique-se com a equipe médica. Nós estaremos  integralmente à sua  disposição.
 Pode haver, embora raramente,  tanto um aumento da sensibilidade local, quanto uma diminuição da mesma, por um  período variável, que geralmente não ultrapassa o 3º mês.
      A equimose (roxo) também é  muito variável, e sua intensidade depende da fragilidade capilar das pacientes,  trauma local, diluição da solução anestésica, porte da cirurgia, cor e flacidez  da pele etc. Em média, a equimose pode durar de 7 a 14 dias, do roxo intenso ao  amarelado claro, passando do verde azulado ao ocre amarronzado. Não confundir  nunca equimose com hematoma (coleção de sangue em um espaço ou cavidade).                10)·   P: HÁ PERIGO NESTA OPERAÇÃO?
 ·   R: Como qualquer outro procedimento cirúrgico da Medicina. Raramente a cirurgia  plástica de gluteoplastia determina sérias complicações. Isto se deve ao fato  de se preparar adequadamente cada paciente, além de ponderarmos sobre a  conveniência ou não da utilização das próteses de silicone, assim como sobre  suas eventuais complicações. Em  nossas “Considerações e Reflexões sobre a Arte  Médica e a Cirurgia Plástica”, nós tecemos, à luz da moderna Medicina, o  quadro real da Cirurgia Plástica. Se você ainda tem alguma dúvida, releia o  documento e fale conosco. Sua certeza absoluta   de se submeter ao procedimento nos é muito importante. E fundamental  para sua consciência.
 O mais importante fator para  se lidar com uma complicação ou intercorrência é a confiança na equipe médica.  Somente ela está capacitada para resolver problemas em situações críticas,  tendo sido exaustivamente treinada para isso. A interferência de leigos é quase  sempre prejudicial ao paciente. A escolha refletida do médico e hospital, são  fundamentais para essa sensação de confiança, que só benefícios trazem para o  bom andamento dos casos, seja na Medicina em geral ou na Cirurgia Plástica em  particular.
 11)·  P: QUAL O TIPO DA ANESTESIA UTILIZADA?
 ·   R:  Anestesia geral, peri-dural ou local com sedação assistida. Depende de cada  caso e de associações com outros procedimentos. Nos casos em que a paciente  optar em realizar concomitantemente a inclusão da prótese glútea e a  lipoescultura (lipoaspiração seguida de lipoenxerta), a anestesia será  preferencialmente geral com infiltração de solução anestésica loco-regional.
 12) ·   P: QUANTO TEMPO DURA O ATO CIRÚRGICO?
 ·   R: Em média  120’ minutos, se necessário for. Na  associação com a lipoescultura, mais 60 minutos poderão ser adicionados ao ato  médico.
 13)·  P: QUAL O PERÍODO DE INTERNAÇÃO?
 ·      R: de 12 hs a 24 hs.
 14)·   P: SÃO UTILIZADOS CURATIVOS?
 ·   R: Sim. Curativos elásticos e modeladores, especialmente adaptados a cada tipo de nádega.  Você deve usar nos primeiros 30 dias após a  cirurgia uma cinta modeladora especial que lhe será indicado por nossas  enfermeiras.
 15)
 ·   P: QUANDO SÃO RETIRADOS OS PONTOS?
 ·   R: Geralmente são utilizados pontos que são retirados  até o 7º   dia pós-operatório. Uma cola de metacrilato ou bandagem “micropore” são  utilizados até o 30º dia, para protegerem a cicatriz.
 16)·   P: QUANDO PODEREI TOMAR BANHO COMPLETO?
 ·   R: Geralmente após 5 dias. Antes disso, entretanto, poderá ser tomado o banho  quase normal, observando-se apenas os cuidados especiais que serão ensinados  pela nossa enfermeira (não molhar os  curativos).
 17) ·   P: QUAL A EVOLUÇÃO PÓS-OPERATÓRlA?
 ·   R: Você não deve se esquecer  que, até que se atinja o resultado almejado, as mamas passarão por diversas  fases (vide itens 1 e 5). Se lhe ocorrer a preocupação no sentido de “desejar  atingir o resultado definitivo antes do previsto”, não faça disto motivo de  sofrimento: tenha a devida paciência, pois seu organismo se encarregará  espontaneamente de dissipar todos os transtornos imediatos que, infalivelmente  chamarão a atenção de alguma amiga que não se furtará à observação: - “SERÁ QUE ISTO VAI DESAPARECER MESMO?”. É evidente que toda e qualquer preocupação  de sua parte deverá ser a nós transmitida; daremos os esclarecimentos  necessários para sua tranqüilidade.
 18)·   P: QUANDO PODEREI RETORNAR A MINHA VIDA  NORMAL?
 ·   R: Atividade física esportiva é liberada gradualmente após 40 dias, com exercícios  progressivos. Uma caminhada leve e despreocupada de atividade física pode ser  iniciada após a segunda semana. Dirigir automóvel somente após o 10º  dia, com nossa autorização. Evitar esforços físicos que exijam a cintura  pélvica e musculatura glútea. Você deverá dormir de bruços por mais ou menos 1  mês, sendo gradualmente liberado dormir de lado com as pernas fletidas (“gatinho”).  Para dormir de costas somente após esse período, com nossa liberação. Você  também deverá sentar-se com mais cuidado, sempre com a coluna ereta, evitando  comprimir a loja dos implantes, por 1 mês. Almofadas especiais, que são  encontradas em lojas ortopédicas e grandes farmácias, são uma boa ajuda neste tópico  (nós teremos grande satisfação em indicá-las no momento propício).
 Todas as atividades de  higiene pessoal e vestimentos estão liberadas desde o 1º dia tais  como, escovar os dentes, pentear os cabelos, amarrar os sapatos, colocar vestidos,  calças, digitar computadores, escrever etc.
 Você pode e deve pegar seus  filhos pequenos, desde que não os apanhe do chão e os traga de encontro ao seu  tórax. Peça para alguém entregá-los ao seu colo, de preferência você estando  sentada.
 Sol de bronzeamento pode ser  reiniciado após 40 dias, com nossa liberação, desde que com trajes de banho.  Evite o sol forte neste período para não aumentar o edema pós-operatório. Nunca  tomar sol se a equimose (roxo) estiver presente: você pode retardar em meses  para ela sair! Sol diretamente na cicatriz após o 6º mês  pós-operatório, com filtro solar adequado para sua pele.
 Você não deverá mais tomar injeções intra-musculares na região glútea,  pela possibilidade da agulha acertar a prótese localizada abaixo do músculo  glúteo máximo. Embora as próteses tenham sido concebidas para receberem  esse trauma, devemos evitar essa possibilidade. Além disso, se a droga for  inadvertidamente injetada dentro da prótese, ela não alcançará a corrente  sanguínea, como habitualmente se dá na farmaco-dinâmica em condições normais, e  portanto, não exercerá seu efeito terapêutico esperado. A droga ficará retida  no espaço interno da prótese de silicone e não será absorvida. Seu farmacêutico  ou médico de confiança lhe indicarão várias alternativas topográficas para a  injeção intra-muscular tais como a região dos deltóides, a face lateral da  coxa,  região dorsal etc.
 19)·   P: QUE VEM A SER A RETRAÇÃO DA CÁPSULA?
 ·   R: É uma retração exagerada da cápsula fibrosa que o seu organismo eventualmente  forma em torno da prótese de silicone, determinando certo grau de endurecimento  à região, quando palpada. Existe um percentual de mulheres e homens (em torno  de 4% a 6%) que poderão estar sujeito à tal retração; entretanto, se isto  ocorrer em grau acentuado, as próteses deverão ser retiradas, através das  mesmas cicatrizes, em ato cirúrgico simples, sob anestesia local. A paciente  então opta, ou por trocar sua prótese, ou por voltar a sua condição  pré-operatória. Cirurgião e paciente, poderão ponderar sobre a conveniência ou  não da reintrodução de próteses menores ou outra conduta que melhor se adapte  ao caso, no mesmo ato ou em tempo posterior.
 A  retração da cápsula nunca reflete imperícia do cirurgião mas sim, um comportamento anômalo do organismo das  pacientes que a apresentam. De fato, a contração capsular é uma resposta do  organismo à presença da prótese de silicone: nunca é uma rejeição! É um  fenômeno de reação a um corpo estranho (prótese). A contração capsular, em si,  não constitui nenhuma patologia ou necessidade preemente de retirada das inclusões.  A mulher e o homem podem perfeitamente conviver com ela sem nenhum risco de lhe  trazer qualquer enfermidade. Esta conclusão foi retirada de vários estudos  multicêntricos realizados em todo o   mundo. Hoje existe total aprovação   para o uso da prótese de silicone por todos orgãos que regulamentam a  atividade médica no país, como procedimento adequado e regulamentado, tais como  o Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina, Conselho Regional de  Medicina do Estado de São Paulo, Sociedade Brasileira de Mastologia, Sociedade  Brasileira de Cirurgia Plástica. Não é e nunca foi um procedimento clandestino.
 (Não se deve confundir a introdução de próteses de silicone coeso com a  injeção de silicone líquido, que é um procedimento totalmente proibido e que  não é realizado por profissionais médicos: trata-se de uma lesão corporal.)
 As  próteses evoluiram muito tecnologicamente e sua manufatura é realizada com  grande controle de qualidade. O silicone utilizado em seu interior é coeso, ou  seja, não extravasa quando perfurado. Em situações críticas como um tiro  (ferimento por arma de fogo), uma facada (ferimento por arma branca) ou um  acidentente automobilístico (trauma fechado), se houver a ruptura do envólucro  externo da prótese, existe a necessidade da troca da prótese, mas sem urgência.  Ruptura espontânea é muito rara e, se ocorrer, a prótese também deverá ser  trocada. A cápsula, que na realidade é uma membrana de colágeno que o próprio  organismo sintetiza ao redor das próteses, atua como um barreira física para  evitar uma eventual disseminação do silicone roto, conferindo segurança à  paciente.
      A contração capsular, que estatísticamente ocorre em torno de  4% a 6 % de todos os indivíduos que receberam  um implante de silicone, pode acontecer, teoricamente, em qualquer fase do  período pós-operatório. É uma característica própria do paciente esse  desenvolvimento da cápsula, não tendo o  cirurgião nenhuma maneira de evitá-la pré, trans ou pós-operatoriamente. Da  mesma forma, não há nenhum exame  laboratorial, radiológico ou qualquer outra propedêutica pré-operatória que  possa prever quem estará dentro destes 4%.Thomas Backer, cirurgião plástico  norte-americano, classificou os encapsulamentos mamários em 4 graus: GI- mamas de aspecto normal,  ligeiramente endurecidas à palpação; GII-  mamas com aspecto normal, endurecidas à palpação; GIII- mamas com alteração estética na forma em virtude da contração  capsular; GIV- mamas com alteração  na forma e palpação dolorosa. No caso dos implantes glúteos não há ainda uma  classificação específica, entretanto podemos, por analogia, considerar, mutatis mutantis, os mesmos graus de  encapsulamento.
 Observamos  uma maior precocidade da contração capsular naquelas pacientes em que a  contração será mais severa e, teremos que optar pela troca das próteses, por  vezes, mudando a loja das inclusões. Esta troca não garante que um novo  encapsulamento ocorra. Nestes casos, se houver a recorrência da contração  capsular, a paciente opta ou em conviver com este encapsulamento, que nos graus  I e II de Backer são perfeitamente compatíveis com a estética das nádegas, ou  opta por voltar a sua condição inicial, com a retirada das próteses. Felizmente  estes casos são raros, mas nossa consciência obriga-nos a discorrer sobre estas  situações particulares, em respeito às nossas pacientes. É comum a paciente  apresentar graus diferentes de contração capsular nas suas respectivas nádegas.  Por vezes, um lado tem evolução completamente normal e, o outro lado desenvolve  uma contração capsular de grau variado de Backer. São situações raras, entretanto, toda a mulher e todo homem candidatos  à inclusão de próteses devem ter em conta que existe uma pequena, mas real  possibilidade de, um dia, terem que retirar suas próteses  ou terem que trocá-las.
 Em  contrapartida, 96% dos pacientes não apresentam contração capsular,  permanecendo com um aspecto normal e natural, tanto visual quanto  palpatoriamente.
 Não existe  necessidade de periodicidade na troca das próteses glúteas. O mais importante é  o seguimento regular e constante  com  exames propedêuticos habituais (ultra-som, tomografia, ressonância magnética),  como todos os indivíduos, e habituar-se ao auto-exame  das diversas região topográficas do nosso  corpo, tal qual as mulheres já os fazem na região das mamas. Há uma  recomendação, embora discutível, da possibilidade de troca dos implantes quando  esses excederem 15 anos de cirurgia. A Sociedade Brasileira de Cirurgia  Plástica não tem posição oficial sobre esse tema e, o mais importante a ser  considerado é que a paciente continue a realizar a propedêutica habitual.
 A presença das próteses não induz a qualquer patologia local ou  sistêmica, porém também não as previne! Portanto, todos nós - com ou sem  próteses - devemos fazer consultas regulares aos respectivos médicos de  confiança, como forma de prevenção e acompanhamento para toda a sua vida.
 O médico tem a obrigação de utilizar de sua máxima capacidade  profissional, sua máxima perícia, prudência e diligência, atuando dentro dos  rigores da ética médica, para sua satisfação, mas sem jamais prometer  resultado.
 RECOMENDAÇÕES SOBRE A CIRURGIA DE GLUTEOPLASTIA A) RECOMENDAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS:1)  Comunicar-se conosco até dois  dias antes da operação, em caso de gripe, indisposição ou antecipação do  período menstrual.
 2)  Internar-se no hospital ou  clínica indicada na Guia de Internação, obedecendo ao horário estabelecido e o  jejum recomendado.
 3)  Evitar bebidas alcoólicas ou  refeições muito lautas na véspera da cirurgia.
 4)  Evitar todo e qualquer  medicamento para emagrecer, que eventualmente esteja utilizando, por um período  de 7 dias antes do ato cirúrgico. Isto inclui também os diuréticos. Evitar AAS  e seus derivados por 7 dias antes da cirurgia.
 
        Programe suas atividades  sociais, domésticas, profissionais ou escolares, de modo a não se tornar  indispensável a terceiros,  por um  período de aproximadamente 7 a 10dias.Exames laboratorias  específicos serão solicitados previamente a cirurgia.Leve para o hospital roupas  leves, fáceis de vestir, evitando jeans apertados e roupas justas. B) RECOMENDAÇÕES PÓS- OPERATÓRIAS:  1)  Evitar esforços físicos nos 40  primeiros dias.
 2)  Obedeça às instruções que lhe  serão dadas por ocasião da alta hospitalar, relativas à movimentação dos  membros inferiores ou massagens.
 3)  Evite molhar o curativo, até  que seja autorizada a fazê-lo.
 4)  Não se exponha ao sol ou  friagem, até 2ª ordem.
 5)  Obedecer à prescrição médica.
 6)  Alimentação normal (salvo  casos específicos, que receberão orientação).
 7)  Voltar ao consultório para  curativos subseqüentes, nos dias e horários estipulados.
 8)  Consulte este folheto  informativo quanto à evolução pós-operatória, tantas vezes quanto necessário.
 9)  Provavelmente você estará se  sentindo tão bem, a ponto de olvidar-se que foi operada recentemente. Cuidado!  Esta euforia poderá levá-la a um esforço inoportuno, o que determinará certos  transtornos.
 10) Não se preocupe com as formas intermediárias nas diversas fases.  Tire conosco suas eventuais dúvidas.
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